por Raydfran Leite de Oliveira
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. 2Timóteo 3.16-17
1. INTRODUÇÃO
A Bíblia é fruto de um trabalho que durou aproximadamente 16 séc., para ser escrita. Cerca de 40 homens santos e inspirados por Deus foram usados para que a mesma chegasse a esse fabuloso compêndio que conhecemos hoje. O interessante, é que muitos de seus autores jamais se conheceram, e mesmo tendo diferentes formações, e vivendo em regiões diferentes, seus 66 livros possuem uma harmonia incontestável, nos levando a perceber que há um único autor, ou seja, foi o Espírito Santo que inspirou os autógrafos (autores originais), para que escrevessem não aquilo que queriam escrever, mas aquilo que Deus os orientara (2Pe 1.20,21).
Podemos citar um princípio lógico em relação à inerrância, “Deus não pode errar. A Bíblia é a palavra de Deus. Logo, a Bíblia não tem erros” (Hb 6.18). A Bíblia já sobreviveu a todos os ataques que lhe fizeram, jamais conseguiram provar qualquer erro ao longo dos séculos, pois ela é a inerrante e infalível palavra de Deus. Abordamos aqui suscintamente, alguns dos principais argumentos a favor da inerrância bíblica.
2. DEFININDO INERRÂNCIA
De acordo com o dicionário Houaiss inerrância é a “qualidade do que é inerrante”. Inerrante é aquilo que não é errante; fixo, imóvel, “que não comete erros; que não se engana; infalível”.
Biblicamente falando, inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erros, ela é infalível, ela não apenas contém a palavra de Deus como afirmam alguns teólogos liberais para pressupor que a mesma tem erros, ela é a própria palavra Deus, sua veracidade é indubitável e incontestável, todo o seu relato foi inspirado por Deus, (2 Pe 1.20-21).
Ela é isenta de erros doutrinários, culturais, e científicos. E ainda que alguém pressuponha que a mesma tenha erros de ordem científica, afirmamos que a mesma foi escrita por homens inspirados por Deus que interpretaram o mundo de acordo com a sua cosmovisão, a inspiração divina não anula os traços pessoais de cada autor, portanto a Bíblia não deve ser interpretada, com base em pressupostos da cosmovisão cientifica contemporânea.
3. A CONFIABILIDADE DOS TEXTOS BÍBLICOS
3.1 Argumentos bíblicos;
O texto bíblico que temos hoje é de total confiança, primeiramente porque foi inspirado e coordenado pelo Espírito Santo (2 Pe 1.20-21) como já falei anteriormente. Segundo porque o próprio Cristo fez uso das escrituras e corroborou a sua Infalibilidade (Jo 5.39; Jo 17. 17; Mt 12.40; 22.32; 24.38-39; Jo 6.49). Terceiro, os apóstolos deram testemunho de sua inerrância, Paulo (Tt 1.2; 2Tm 1.13; 2Tm 3.16-17); Pedro – (2Pe 1.20-21); Tiago – (Tg 1.17). Quarto, existem profecias bíblicas que se cumpriram fielmente no novo testamento. Para John W. Wenham, a referência mais importante acerca do cumprimento das profecias são as seguintes: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir” (Lc 4.21). “Este é aquele a respeito de quem está escrito: Enviarei o meu anjo a tua frente...” (Mt 11.10; Lc 7.27).
Vejamos abaixo algumas profecias veterotestamentarias que se cumpriram fielmente na vida de Jesus:
Profecia: Gn 3:15 - O Messias viria da ”semente da mulher” - Lc 2:7; Gl 4:4; Ap 12:5
Profecia: Mq 5:2 - O lugar de seu nascimento - Mt. 2:1 e Lc 4:4-7
Profecia: Is 7:14 - Nasceria de uma virgem - Mt 1:18; Lc 1:29-35
Profecia: Is 53:12 - Seria crucificado com pecadores -Mt 27:38; Mc 15:27,28; Lc 23:33).
3.1.1 Os autores neotestamentários;
Os autores sacros ao escreverem o novo testamento usaram e fizeram muitas citações do antigo testamento, nos asseverando desta forma que as escrituras eram usadas como fonte doutrinária e padrão normativo de conduta, bem como atestando sua autoridade. Segundo Nicole citado por Edwin A. Blun em A inerrância da Bíblia (Editora Vida, 2003, p.57), estima que existam 295 citações em um número muito maior de alusões – pelo menos 10% do NT é constituído de material extraído do AT. D. Hay contabiliza 239 citações que utilizam uma fórmula introdutória, 1600 citações do AT e uma quantidade enorme de alusões a ele.
3.2 Os autógrafos;
Autógrafos são os manuscritos originais, aqueles que foram escritos pela própria mão dos autores sacros que Deus usara para registra sua revelação. Elinaldo Renovato de Lima, salienta que: “Os manuscritos originais dos textos bíblicos não existem mais. Por razões não compreendidas, os primeiros pergaminhos ou papiros que compuseram os primeiros rolos, em que constavam os livros do Antigo Testamento, não foram preservados. Os estudiosos argumentam que se eles tivessem continuado a existir, talvez fossem objeto de idolatria. É provável. Mas sem sombra de dúvida, os manuscritos originais ou os autógrafos, existiram.”
Destacamos ainda que a inerrância no sentido pleno, é atribuída apenas aos autógrafos, pois ao longo do tempo no processo de transmissão da Bíblia (mesmo levando em conta o rigoroso cuidado dos copistas), alguns erros são susceptíveis quando se copia um documento original. Mas no que tange aos autógrafos, os maiores eruditos em Bíblia são unânimes em afirmar que eles foram isentos de erros.
3.2.1 Alguns tipos de erros de transmissão;
Erros de transmissão são erros de cópias, que podem ocorrer quando se copia um documento original. Oziel Gomes da Silva, exemplifica que podemos substituir uma palavra homófona por outra: cozer por coser, massa por maça, etc. Ele apresenta onze dos principais erros de transmissão.
1. Haplografia: Significa escrever uma vez o que (pode ser uma letra, como no exemplo) deveria ser escrito duas vezes. Ex: asunto em vez de assunto;
2. Ditografia: Escrever duas vezes o que se deveria escrever uma única vez;
3. Metátese: Mudança inadvertida da ordem correta das letras ou palavras;
4. Fusão: Consiste na combinação da última letra da primeira palavra com a primeira letra da palavra seguinte ou na combinação de duas palavras distintas de modo que se forme uma terceira palavra composta;
5. Fissão: Divisão indevida de uma palavra em duas;
6. Homofobia: Palavras de sentido diferente, mas que possuem o mesmo som;
7. Leitura errônea de letras parecidas;
8. Homoteleuto: Significa que tem o mesmo final;
9. Homoarco: O que tem inicio semelhante;
10. Omissão acidental de palavras;
11. Variantes baseadas somente em sinais vocálicos.
Lembremos ainda, que por mais que erros de transmissão tenham ocorrido, jamais alterariam a essência da mensagem bíblica bem como a sua substância, os mesmos são insignificantes comparados com a extensão total do texto bíblico, podemos afirmar peremptoriamente que a Bíblia na tem erros, ela é a poderosa palavra de Deus.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Bíblia é a inerrante e infalível palavra de Deus, Lutero afirmou que a “Autoridade da Escritura a credencia como única fonte e norma de doutrina. Nenhuma doutrina na igreja pode vir de outra parte que não da Escritura sagrada; ela é nossa única fonte e norma de doutrina.” Confiemos terminantemente na Bíblia, pois ela o maná do céu, para todo aquele que tem sede e fome de conhecer mais a Deus. A sua sobrevivência ao logo dos séculos é prova cabal que Deus preservou a sua palavra escrita.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Apostila do 4º Seminário de Doutrinas da Assembleia de Deus – Unidade 103- São Luís, Maranhão.
2. A inerrância da Bíblia / Norman L. Geisler (org.); tradução Antivan Guimarães Mendes – São Paulo - Sp: Editora Vida, 2003.
3. Bíblia de Estudo Esperança. São Paulo –SP: Sociedade Religiosa Edições vida Nova, 2000.
4. LIMA, Elinaldo Renovato . Disponível em:.
5. OLIVEIRA, Raydfran. Apostila de Estudos pessoais. São Luís-MA. 2010.
Soli Deo Glória
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