Você já deve ter ouvido alguém pronunciar a frase, “quem não é visto não é lembrado”, muitos para justificar sua negligência medíocre, afirmam com tom irônico esta frase, que aparentemente contem uma verdade. Mas, ao avaliarmos biblicamente, percebemos que não é bem assim, e que esse dito popular não pode nos arremeter a uma verdade absoluta.
O que diríamos de Davi, o menor dos filhos de Jessé, que estava apascentando as ovelhas de seu pai, quando todos os seus irmãos já haviam passados diante do profeta Samuel, e não foram escolhidos. Até que o homem de Deus pergunta, Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui. (1 Sm 16.11).
Cabe aqui ainda, baseado no texto acima, questionarmos o seguinte: Davi foi visto em outra ocasião por Samuel? Seu pai lhe deu preferência, mandando chamá-lo primeiro? A essas duas perguntas a resposta é não. Portanto, biblicamente, essa afirmativa não pode ser aplicada como verdade. No reino de Deus, as escolhas sempre foram pautadas pela soberania do Criador.
Talvez se substituíssemos o “não”, pelo “mais”, se aproximaria um pouco da realidade, pois ficaria “quem é mais visto é mais lembrado”, eliminado desta forma o tom negativo da palavra não. Contudo ainda não poderia ser aplicado a todos os contextos, pois para ser lembrado, antes é necessário se ter conhecimento da competência do escolhido, o que nem todos têm.
Davi, vinte anos depois de assumir o reinado de Israel, lembrou-se da aliança que fez com Jônatas, filho de Saul, perguntando para Ziba, se havia ainda alguém da família de Jônatas, seu senhor, para que usasse de benevolência para com o mesmo. Deus manteve vivo na mente da Davi a lembrança do seu amigo, mesmo não vendo com seus olhos mais ninguém de sua família. O felizardo foi Mefibosete, que mesmo sendo aleijado de ambos os pés, e morando em Lodebar, foi honrado pelo rei, que o convidou para assentar-se em sua mesa como um príncipe. (2 Sm 9)
Na lógica humana a famosa frase parece ser verídica. Mais ainda que olhos humanos não vejam, os olhos do Soberano Criador estão sempre abertos, para há seu tempo fazer o bem a quem quer seja.
Soli Deo Glória!
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